quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Avadhut Gita - A Canção do Asceta, de Mahatma Dattatreya

O Bhagavad Gita, "O cântico do Senhor", é o mais famoso texto hindu conhecido no Ocidente, porém, na índia outros Gitas são igualmente famosos e respeitados. O Avadhut é um deles.

Ele é um dos poucos livros que os Yogues preservam quando da proximidade da realização espiritual e mesmo após...

Ele é, como o nome diz, "A Canção do Asceta", as palavras de um Mestre; Dattatreya, que ouviu a Voz do Silêncio, transcendeu o tempo e nos traz a sabedoria da Idade do Ouro até a nossa Idade do Ferro, Kaly Yuga.

Ele é um clássico de Vedanta, um livro imperdível para toda e qualquer pessoa que se interesse por filosofia oriental e Yoga.

Ele é um, dos "livros de cabeceira" da humanidade, é a Sabedoria Antiga Viva.

O Ocidente parece finalmente estar se abrindo para uma perspectiva não-materialista, não-fragmentada do homem e da natureza. Termos como Holístico, Totalidade, Transpessoal, já fazem parte do cotidiano.

Na tentativa de aprofundar o conhecimento da filosofia Oriental e ao mesmo tempo de mostrar os mitos formadores do Ocidente moderno, apresentamos ao leitor brasileiro clássicos medievais com fundo místico, esotérico e também jóias Vedantinas como o Avadhut Gita, e pinçadas de realidade como O Zen e a Arte do Pastoreio do Touro.

O Avadhut Gita do Mahatma Dattatreya é um daqueles livros cuja origem histórica está submersa no tempo.

O seu autor teria vivido na Idade do Ouro (Satyuga) e desde a mais tenra idade demonstrava pendores de asceta e reiterada tendência religiosa.

Sua família era nobre, seu pai o Rei Atri e sua Mãe Anasuya, mulher piedosa tal como o marido. A Rainha teve três filhos: o primeiro foi Dattatreya, o segundo Durvasa e o terceiro Chandrama.

Os três Irmãos tinham características das três Gunas (qualidades da matéria, na filosofia hindu). Chandrama era dominado pela qualidade de Raja (brilho, força, atividade), Durvasa era influenciado pela qualidade de Tamas (trevas, inatividade, lentidão) mas Dattatreya era a personificação de Satva (pureza, sabedoria, luz).

Dattatreya reinou após a morte de seu pai e seu governo foi o mais benigno que o seu país teve; porém ele renunciou a tudo e se tomou monge errante (tal qual Buda) ensinando, a todos os que estivessem preparados, o caminho da libertação.

A palavra "Gita" quer dizer "canção" e "Avadhut" significa "asceta, renunciante, grande alma" (mahatma). Existem muitos Gitas na tradição indiana, sendo no Ocidente o mais conhecido o "Bhagavad Gita", mas na índia outros Gitas são também muito conhecidos e apreciados; entre eles podemos citar o "Shiva Gita", o "Rama Gita", e o "Devi Gita".

O Avadhut é texto clássico vedantino destinado aos yogues mais avançados; a Vedanta é um dos seis principais Darshanas, pontos de vista da filosofia Hindu. A palavra "Vedanta" quer dizer "final dos Vedas" e o expoente maior da Vedanta foi, sem sombra de dúvidas, Sankacharya, discípulo de Govinda, que viveu por volta de 788-820 AC.

A filosofia Vedanta está calcada na afirmação “Tat Vam Asi"... Ou seja "Tu és Aquilo". Segundo esta filosofia, o Atma é a única realidade, o resto seria Maya (ilusão) ou Avidhya (ignorância).

Somente a Vidya (sabedoria) pode levar o homem a Moksha (libertação), e essa sabedoria já está presente no homem. Ela não se manifesta, apenas, porque os véus sobre a consciência não permitem.

A meditação e a concentração intensa são os principais meios de remover os véus. O Avadhut, embora destinado àqueles que já atingiram um estado avançado na Senda, pode ainda assim ser de ajuda mesmo àqueles que não chegaram a um estágio tão alto de consciência.

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